sexta-feira, outubro 27, 2006

 
DIZER TUDO, SEM VIOLÊNCIA - POR ETAPAS - (PARTE II)

Os seis pontos-chave para uma abordagem não violenta permitem que cada um de nós obtenha mais hipóteses de gerar uma comunicação eficaz com o nosso interlocutor:

1º - "O" para ORIGEM
É necessário ter a certeza de que estamos de facto a dirigir-nos à pessoa que constitui a origem do problema e de que ela dispõe dos meios para resolvê-lo. É pois indispensável que cada um de nós comunique directamente com a Fonte do Problema (e nunca através de outros), e que ela tenha condições para o solucionar connosco, num modelo de partilha.

2º - "L" para LUGAR E MOMENTO
É indispensável que a conversa/discussão decorra num lugar protegido e privado e num momento propício. Nunca a "quente" nem numa situação em que ambos vivenciem um momento de stress. É sempre preferível escolher um local onde se possa falar calmamente e certificarmo-nos da disponibilidade daquele ou daquela a quem dirigimos a palavra.

3º "A" para ABORDAGEM AMIGÁVEL - "Fenómeno do Coktail"
Para sermos ouvidos, precisamos de ter a certeza que vamos ser ouvidos. É preciso, portanto, pôr o interlocutor à vontade, logo nas primeiras palavras: "abrir-lhe os ouvidos" em vez de lhos fechar, com atitudes agressivas e inúteis.

Sabem qual é a palavra mais agradável para começar uma conversa? Evocar o nome da pessoa a quem nos dirigimos. Os psicólogos chamam a isto o fenómeno coktail: você está num coktail, toda a gente a falar à sua volta, e está contudo terrivelmente concentrado na conversa com o seu interlocutor. Portanto, seja o que for que tenha a dizer a quem o ofendeu, começe por tratá-lo pelo Nome, e a seguir diga qualquer coisa simpática, desde que seja absolutamente verdadeira. Nem sempre é fácil. Das primeiras vezes até nos dói um pouco o coração. porém, vale a pena. a porta da comunicação está agora aberta.

4º "C" para COMPORTAMENTO OBJECTIVO
É preciso entrar no cerne da questão que nos incomodou: referir o comportamento que motiva o nossos descontentamento. deverá limitar-se a uma pequena descrição do que se passou e mais nada, sem a mínima alusão a um juízo moral que poderíamos fazer.

5º "E" para EMOÇÃO
A descrição dos factos deve ser imediatamente seguida da emoção sentida. É preciso não caír na ratoeira de vivenciar de novo a nossa fúria, e projectá-la no nosso interlocutor. É muito mais eficaz falar de si próprio: "senti-me magoado" ou "considerei a sua atitude uma humilhação".

6º "E" para ESPERANÇA DESILUDIDA
É vantajoso mencionarmos a esperança desiludida, ou a necessidade que sentimos e que não foi satisfeita. Por exemplo: "Preciso de me sentir ligada a ti, mesmo quando não podemos estar juntos, ou quando estás demasiado ocupado com o teu trabalho".

Todas estas atitudes parecem surreais, sobretudo porque temos tantos modelos à nossa volta muito pouco inspiradores. No entanto, tudo é muito simples:
Só existem tr~es maneiras de reagir numa situação de conflito:

1ª A pssividade (ou passividade-agressividade) - a reacção mais corrente e menos satisfatória;

2ª A agressividade que não é eficaz e é muitíssimo mais perigosa e inconsequente;

3ª A ASSERTIVIDADE que é a VERDADEIRA COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA.

É a Nós que compete, de todas as vezes, ESCOLHER.
É a Nós que compete aceitar, ou não, o desafio emocional.

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